domingo, 15 de maio de 2011

Taxa de desemprego cresce em Rio das Ostras

Rio das Ostras está entre as cidades que mais cresce no Estado do Rio de Janeiro. O resultado do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que o município conta com 105.757 habitantes. Em 10 anos, a população teve um aumento de mais de 69.000 pessoas. Entretanto, não é só a população que cresce na cidade, o desemprego também.
De acordo com a última pesquisa feita pelo Ministério de Trabalho e Emprego (MTE) e pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), Rio das Ostras demitiu mais que admitiu nos primeiros meses de 2011, ficando na contra mão da grande geração de empregos nos municípios vizinhos e no país inteiro. Somente na construção civil, por exemplo, mais de 50 pessoas ficaram sem emprego. No comércio e serviços, outras 50, entre os meses de janeiro a março desse ano. Já o município vizinho, Macaé, empregou 2.871 pessoas durante esse mesmo período.
Para o deputado estadual Sabino, Rio das Ostras também possui condições para ter um nível de empregabilidade melhor. “Macaé tem a indústria do petróleo, e a tendência é de que a cidade empregue ainda mais durante os próximos anos. Rio das Ostras também precisa se beneficiar com o crescimento das atividades petrolíferas. Mas, além disso, a cidade tem um enorme potencial turístico e se ocorressem mais investimentos neste setor, poderíamos fazer a diferença no que diz respeito à geração de emprego e renda”, afirma o deputado, ressaltando que o aumento da taxa de desemprego ocorreu durante o verão, alta temporada na cidade, o que tornaria a situação mais grave.
Rio das Ostras é uma cidade jovem. Tem apenas 19 anos e desde a década de 70 apresenta um crescimento populacional acima da média das cidades do interior do Estado. Sua localização entre pólos de desenvolvimento importantes – ao sul turístico-comercial (Região dos Lagos) e ao norte petrolífero-canavieiro (Campos/Macaé) – transformou Rio das Ostras num dos principais destinos do êxodo urbano.
Os principais atrativos desta nova população foram a chegada da Petrobras à Macaé, cidade limítrofe, e as características naturais. O desemprego nos grandes centros urbanos brasileiros, a sensação de segurança e o crescimento dos investimentos industriais em cidades do interior inverteu os fluxos migratórios no Brasil de modo geral.
Em pouco tempo, o fluxo migratório tornou Rio das Ostras na cidade que mais cresce no Estado, e com isso cresceu também a demanda de serviços públicos e de postos de trabalho. “A falta de equilíbrio entre as políticas de assistência social e de qualificação profissional resultaram em graves problemas sociais como postos de trabalho que não são ocupados por falta de mão de obra qualificada, e o aumento do número de trabalhadores informais na cidade”, considerou o deputado Sabino, que participa do desenvolvimento de Rio das Ostras desde antes da emancipação.
O jovem Vitor Araújo da Silva, de 22 anos, chegou a Rio das Ostras há três anos cheio de esperanças e hoje vive a dura realidade do desemprego. “Terminei o ensino médio e esperava arrumar trabalho nas empresas que prestam serviços para a Petrobras, mas vi que não é bem assim. Para chegar lá, é preciso fazer cursos de especialização que custam muito caro. Desde que cheguei aqui faço “bicos” para ajudar em casa e nunca tive a minha carteira assinada”, contou.

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