quarta-feira, 27 de março de 2013

A Voz : 17 anos de coragem e defesa da população de Rio das Ostras.

Jornalistas do Clube dos Profissionais de Imprensa de
 Rio das Ostras e Casimiro de Abreu Fundado em 2000.
Era o dia 15 de Março de 1996 quando a primeira edição do Jornal A Voz — caracterizada como “número 01” —, ganhou as ruas de Rio das Ostras. Surgia, há 17 anos, um jornal novo com tiragem de apenas 1000 exemplares, contendo 8 páginas no modelo Tabloide, Preto e Branco , que influenciaria profundamente a vida social e política do município e se transformaria naquela época no semanário mais influente da cidade .
Jornalista Ronaldo Menezes recebendo o título de cidadão
Riostrense das mãos do vereador NINI. 
Com a visão de um Jornalismo de opinião pautado na responsabilidade social, o jornalista Ronaldo Menezes fundou A Voz, com o objetivo de inserir em Rio das Ostras, um novo meio de comunicação informativo e preparado para ser a voz de uma cidade que ainda engatinhava recém-emancipada do município de Casimiro de Abreu, mas que já sofria com uma mácula que manchou fortemente o início de sua história que foi o assassinato do primeiro prefeito Claudio Ribeiro em fevereiro de 1996.
Naquele período, a informação era algo tratado sem responsabilidade e a verdade era uma incógnita. Cartas anônimas circulavam pela cidade e tinham como objetivo semear informações relacionadas à política do município. Muitas dessas informações corriam as ruas de Rio das Ostras e algumas mentiras ou informações aumentadas, ganhavam status de verdade absoluta e era multiplicada pela boca do povo. A Cidade estava carente de um jornalismo sério com uma identidade definida e com a coragem de levantar uma voz popular e foi pensando em construir essa ferramenta, que o Jornalista Ronaldo Menezes levantou os pilares do periódico A Voz de Rio das Ostras.

Jornalista Ronaldo Menezes assinando a Posse como Presidente
do Clube dos Profissionais de Imprensa de Rio das Ostras.
O Preço desse compromisso, fez com que o jornal sofresse algumas retaliações iniciais em resposta ao posicionamento jornalístico adotado, principalmente com a cobertura das investigações relacionadas ao assassinato do então prefeito Claudio Ribeiro. Políticos e grupos que dominavam a cidade com base em intimidações e autoritarismo investiram fortemente contra o jornal e seu editor chefe. 
No ano de 1997, a sede do jornal teve os vidros da frente apedrejados e a residência do editor constantemente rodeada por intimidadores que também utilizavam telefonemas com ameaças. No dia em que foram condenados os mentores do assassinato de Claudio Ribeiro no fórum de Niterói, a equipe de reportagem do Jornal A Voz composta por um fotógrafo, o editor chefe e uma jornalista estagiária, foi ameaçada por um grupo que acompanhava os acusados, afirmando para terem cuidado com a estrada e com o que iria ser publicado no Jornal. Com ousadia e muita fé em Deus, a equipe seguiu seu caminho e na mesma madrugada foi preparada a edição daquela semana que estampou em sua capa uma matéria informando a população de Rio das Ostras sobre a condenação dos mentores do crime que chocou a cidade.

A Política de Rio das Ostras.

Nesses dezessete anos de fundação, o jornal A Voz de Rio das Ostras acompanhou de perto toda a história política do município. Desde 1996, foram cobertas cinco eleições municipais e inúmeros embates políticos que movimentaram a cidade.
Em outubro de 1996, Rio das Ostras tinha uma população com menos de 30 mil habitantes e essa pequena população, saiu às ruas para comemorar a vitória de Alcebíades Sabino dos Santos no pleito eleitoral para prefeito. Era o início de um novo tempo para a cidade que de maneira democrática, escolheu um novo nome que iria trazer de volta a credibilidade do poder público municipal que estava manchado com denúncias de crimes e manipulação envolvendo políticos. O salário dos servidores públicos estava atrasado e não havia motivação no corpo de profissionais da prefeitura.
Naquela época, a Câmara municipal de Rio das Ostras funcionava no centro em um local onde atualmente funciona o prédio da ONDA onde acontecem os cursos de artes da Fundação Rio das Ostras de cultura. Fatos polêmicos eram constantemente a pauta das sessões ordinárias e o Jornal A Voz, levava esses fatos até o conhecimento popular e em alguns casos, não agradava aos nobres Edis que procuravam a redação do jornal para reclamar das matérias publicadas.
No decorrer dos anos, o jornal A Voz acompanhou a mudança de poder tanto no legislativo quanto no executivo e toda a história política da cidade. Homens que se sentiam “super poderosos”, perderam o “poder” e o mandato e hoje estão afastados da política.

Conquistas Importantes

Na luta para promover um jornalismo identificado com a população de Rio das Ostras, o Jornal A Voz teve o privilégio de acompanhar o desenvolvimento e a transformação de um distrito com menos de 30 mil habitantes, em uma cidade referência do interior do Estado do Rio de Janeiro.
No primeiro mandato do prefeito Alcebíades Sabino, 70% da cidade teve as ruas asfaltadas, o centro de Rio das Ostras passou por um processo de urbanização moderno. Escolas, creches, praças, postos de saúde e quadras poliesportivas foram construídos. Acompanhamos também a construção do Hospital Municipal em 2004, a inauguração da atual sede administrativa da Prefeitura, a chegada da Universidade Federal Fluminense em 2003 com um projeto inicial que previa a construção de um Polo moderno que atenderia as necessidades dos alunos e dos profissionais que nele trabalhariam, mas que infelizmente por guerras políticas não foram colocados em prática. O Jornal também acompanhou a Criação da Zona Especial de Negócios-ZEN- que trouxe para o município dezenas de empresas que abriram suas portas para a mão de obra dos profissionais da cidade. Acompanhou também, a realização de um sonho antigo que foi a Chegada da água tratada em Rio das Ostras no ano de 2004. Depois de anos de reivindicações, o prefeito Sabino conseguiu o apoio da então governadora do Estado Benedita da Silva, para que Rio das Ostras fosse contemplada com essa tão importante conquista.
Esportes e Eventos turísticos

Festival de Bandas em Rio das Ostras 1997
O Jornal mais antigo de Rio das Ostras em atividade tem na sua história, a honra de ter acompanhado não só o crescimento da infraestrutura e economia municipal como também o desenvolvimento do esporte, lazer e a criação e desenvolvimento dos eventos turísticos oficiais da cidade. No final dos anos 90, as páginas do Jornal A Voz estampavam a vitória dos atletas da Escolinha de futebol, que venceram campeonatos como o Gothia Cup na Suécia e Dana Cup na Dinamarca, levando o nome de Rio das Ostras para a Europa. Os atletas do município foram recepcionados em clima de copa do mundo com a cidade em festa e direito a desfile em carro de bombeiros. Os jovens jogadores também honraram a cidade vencendo torneios nacionais como o tradicional campeonato que acontecia todos os anos nas férias de julho na granja Comary em Teresópolis.
O Esporte em Rio das Ostras deu frutos, os atletas que participaram dessa fase de ouro formaram famílias e estão com a vida profissional encaminhada. Muitos desses atletas participantes dos programas de esporte da prefeitura naquele período reconhecem que a oportunidade de estarem inseridos no futebol e poder através do esporte conhecer outros países, foi fundamental na formação moral como cidadão acima de tudo.
Alguns atletas seguiram o futebol como profissão, o atleta Vágner popularmente conhecido na cidade como Gasolina, está hoje atuando na equipe do Mogi Mirim. O atleta Gedeil da Silva Daudt, também seguiu o futebol profissional chegando a atuar na equipe do Botafogo e atualmente disputa o campeonato carioca pelo Macaé sendo também o capitão do time.
O Futebol de Rio das Ostras, também revelou o atacante Rafael Zarour que atuou em clubes como Madureira, chegando a marcar um gol contra o Vasco na estréia da Taça Rio de 2006, torneio ao qual veio a sagrar-se campeão. Zarour não prosseguiu com o futebol profissional e hoje atua no mercado petrolífero. Mais recentemente a cidade revelou o zagueiro Dalton que atuou em clubes como Fluminense onde disputou uma taça libertadores da américa e Internacional . Os Jogadores Amaral atualmente no Flamengo e Carlos André que estava atuando na equipe do Icasa/Ceará são frutos mais recentes do futebol da cidade.

Além do esporte, eventos turísticos como o Encontro Internacional de Motociclistas e Festival de Jazz e Blues que começaram pequenos, com o passar dos anos tornaram-se os maiores eventos do país, sendo inclusos no calendário oficial de eventos do Estado do Rio de Janeiro.
O Editor presidente Ronaldo Menezes, em todos esses anos de Jornal A Voz de Rio das Ostras, coleciona centenas de bate papos e entrevistas com artistas, músicos, políticos, personagens da cidade e pessoas que passaram pela história do município.

O Aniversário e a visão atual do Jornal A Voz


O Jornal A Voz de Rio das Ostras, chega ao décimo sétimo aniversário de fundação com a mesma convicção democrática do princípio. A convicção e a determinação de manter a luta pelos legítimos interesses da sociedade Riostrense, levou este veículo de comunicação a uma sucessão de prejuízos dos quais não tem a menor esperança de, um dia, ser indenizados ou mesmo anistiados.


Este foi um dos primeiros jornais impressos de Rio das Ostras, que sofreu duas apreensões de suas tiragens – porque labutou confiando no princípio da Carta Magna que consagra a liberdade de opinião de imprensa – e foi submetido a multas judiciais por uma decisão da Justiça Eleitoral, que considerou crime a liberdade de expressão e o esclarecimento de fatos que contrariavam o poder público mas que eram de direito da população conhecer, a bem da verdade.
Com tantas manobras destinadas a silenciar o Jornal ao longo desse período, ou seja, em pleno regime de liberdade garantido pela Constituição, era natural que o Jornal A Voz não mantesse o mesmo padrão inicial e com o passar dos anos a estrutura já não era mais a mesma dos primeiros dias, embora mantenha o perfil original de periódico alternativo com distribuição gratuita.

Jornalista Sérgio Cabral assinando a calçada da Casa da
Música Villa Lobos.
É certo, também, que as dificuldades deste periódico, não foram determinadas apenas pela má vontade de certos círculos políticos que destinam verbas públicas de publicidade somente para veículos tidos como parceiros de projetos dos que na cúpula do poder, estão acostumados a tutelar a imprensa, domesticando-a de forma inexorável. É fato também que ainda falta a este veículo de comunicação, conquistar um profissionalismo capaz de fazer funcionar uma direção comercial consequente, uma façanha praticamente impossível para jornalistas que por seu idealismo não conseguem adotar o pragmatismo exigido para a exploração do mercado.
Hoje , o jornal A Voz de Rio das Ostras se mantém como o periódico impresso mais antigo ainda em atividade no município, com 100% de seus exemplares distribuídos gratuitamente. Mas dado às dificuldades econômicas não superadas, foi obrigado a reduzir sua periodicidade nos últimos anos, circulando apenas com edições mensais.

 “ Não abandonamos o nosso ideal e o nosso projeto antigo. Queremos encontrar um mecanismo profissional capaz de dar ao Jornal A Voz, um suporte comercial que nos dê condições de aumentar os períodos de nossa presença no mercado editorial da cidade de Rio das Ostras e região. Mas precisamos fazer isso sem o sacrifício de nossa liberdade editorial. Nós, enquanto responsáveis pela edição desse jornal, estamos dispostos a continuar a luta para que o jornal não venha a sucumbir, mantendo o compromisso de defender os princípios democráticos e a moralidade administrativa em todas as esferas do poder” afirmou o diretor presidente Ronaldo Menezes.































Nenhum comentário: